Ovar: notícias de contestação ao “simplex” da avaliação
15-Jan-2009
O novo Decreto-regulamentar n.º1-A/2009 de 5 de Janeiro com
que o governo e a ministra da educação teimam em prosseguir no essencial o
modelo de avaliação do desempenho dos docentes, continua a merecer dos
professores a devida contestação através dos meios e formas mais imaginativas.
No conselho de Ovar a resistência já se faz sentir com vários exemplos, como o
das escolas secundárias, José Macedo Fragateiro e Júlio Dinis e o Agrupamento
Ovar-Sul (Válega).
Opinião de José Lopes (Ovar).
Este vasto conjunto de mudanças abruptas que afectaram a vida profissional dos docentes (cujos vértices mais emblemáticos foram as aulas de substituição, o controle do grau de assiduidade dos docentes, a implementação do tempo de serviço não lectivo prestado na escola e o concurso para professores titulares) não se traduziu numa real melhoria do nível pedagógico ministrado, mas sim na consagração de uma sobrecarga de trabalho pouco útil.
Opinião de Nuno Ferrão
Felizmente que a lucidez sobre o que está verdadeiramente em
causa na falta de entendimento entre professores e Ministério da Educação nos
proporcionam "olhares diferentes" como o do Padre Amadeu Pinto, director do
Colégio São João de Brito (Notícias Magazine em 14 de Dezembro). É que perante
tanta teimosia que se apoderou não só da Ministra e sua equipa, mas do próprio primeiro-ministro,
José Sócrates, não haverá dúvidas, como alerta o Padre Amadeu, que, "A
manter-se a situação, o ano lectivo é para esquecer. É mais um pernicioso
contributo, entre outros, para a hipoteca da sociedade portuguesa de amanhã".
Opinião de José Lopes.
Anunciadas simbolicamente a
um Sábado, como exemplo de dinâmica de trabalho do governo ao país, as medidas
de reforço do investimento para segurar o emprego em que o executivo de José
Sócrates se propõe gastar mais de 2 mil milhões de euros, no apoio às empresas
e vários incentivos à contratação e manutenção de postos de trabalho, bem como o
incentivo à aposta na "moda" dos estágios profissionais que prolongam a
precariedade de jovens licenciados.
Opinião de José Lopes (Ovar)
Num destes dias, entre a contestação na rua e nas escolas ao
modelo de avaliação e a teimosia governamental, ainda foi possível ouvir a
Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, reconhecer que nunca houve tão
grande exigência à profissão docente e ás escolas.
Opinião de José Lopes
Há um século, era normal em muitas actividades que houvesse
uma fila de trabalhadores, de madrugada, à espera de ser escolhidos, para esse
dia de trabalho, pelo engajador. Passaram 100 anos. E levamos, para nossa
desdita, com o governo do engenheiro.
Neo-liberal de quatro costados, a coberto do nome "socialista", este governo
fabricou leis de trabalho, de trabalho temporário, e de trabalho na função
pública que os seus antecessores cavaquistas e barrosistas nunca conseguiram
impor. O PS de Sócrates fez o trabalho da direita, melhor do que essa mesma
direita foi capaz. E o mercado de trabalho voltou a ser a feira dos
engajadores.
Opinião de José Pedro Fernandes
A actual crise de confiança no papel do Banco de Portugal,
como Autoridade de supervisão de operações financeiras ao nível do sistema
bancário, despoletada com o caso BPN, traz à memória dos portugueses os
critérios diferenciados de apelos incessantes ao "apertar do cinto"
protagonizados por Vítor Constâncio.
Opinião de José Lopes
Suponhamos que a miséria em torno do meu bairro me
incomoda (é o caso, mas não vou realmente falar disso). Suponhamos que me
horrorizam as atitudes dos vizinhos (alguns), que acham que se deve meter os
esfarrapados na cadeia.
Solução? Se tivesse miolos de galinha (os frangos que me perdoem por não ser
politicamente correcto), abria o meu frigorífico à comunidade. Assim mesmo.
Numa de bom samaritano. E se fosse suficientemente persuasivo, ao fim de 3
convidados, conseguiria convencer os seguintes a matar a fome com os cubos de
gelo que sobravam.
Opinião de José Pedro Fernandes.
O mundo capitalista e neoliberal torna este planeta cada vez
mais poluído e mais difícil de se respirar. O lixo tóxico e não reciclável por
si produzido tem vindo ao de cima pondo a nu as enormes lixeiras criadas por
este sistema financeiro, demonstrando ser, tal sistema, muito mau para a saúde
de todos os animais deste planeta, sejam eles racionais ou irracionais, e
levando os seres "racionais", mais uma vez a pagar por um mal, cuja culpa é de
todos, mas cujos lucros ficaram só para alguns. Ora isto levou os restantes à
mesma miséria de vida!
Opinião de Alberto Fernandes.
Permitam-me que comente a situação financeira das
Universidades portuguesas em resposta ao que o ministro do Ensino Superior,
Mariano Gago, proferiu. A situação universitária neste país é, no mínimo,
catastrófica. Existe um subfinanciamento incrível, no qual as faculdades são
obrigadas a esticar o seu orçamento para poderem dar cobro às despesas fixas
(e, se possível, adquirir algum material).
Opinião de Marlon Francisco.
Aprovada a Lei do Trabalho, aprovado o Orçamento, há que
dizer com clareza: preparemo-nos.
Nas ruas, 120 000 professores deram o mote dos próximos tempos: esperam-nos
dias de intensa mobilização e endurecimento da luta popular. O novo Orçamento é
claro: a factura da crise vai ser passada a todos nós, e nem as eleições que se
avizinham vão pôr limites à ofensiva do neo-liberalismo, ou não teríamos a Lei
do Trabalho que passamos a ter.
Opinião de José Pedro Fernandes.
O Porto é hoje, um grande centro urbano capaz de
produzir mais valias mas totalmente incapaz de dar o salto para fora ou mesmo
de ser líder de uma região que é das mais pobres do país para além de sofrer
com o hiato instalado entre Lisboa e Porto quer pelas diferenças salariais,
pelo acesso aos bens de consumo e mesmo à relação de proximidade com as esferas
de decisão do poder politico.
Opinião de Pedro Ferreira do Porto.
Reforma de 186 euros, depois de trabalhar 35 anos O nosso leitor Armando
Soares, conta-nos a revolta da sua esposa: "com a mesma idade que eu (60
anos) começou a trabalhar antes dos 10 anos, a descontar aos 14, sempre
trabalhou, sempre descontou, até que um dia tinha ela 50 anos, o patrão
resolveu fechar a empresa (...) Terminou o desemprego próximo dos 55 anos, meteu
reforma antecipada, ganha actualmente 186 euros, trabalhou uma vida 35 anos,
qualquer rendimento é maior do que o ordenado dela (...)".
Publicamos ainda opiniões de Luís Peres
e José Lopes.
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