Hoje em dia, a inclusão social passa
pela obrigatoriedade de se possuir uma conta aberta num banco. Quem
não tem conta é olhado como um "excluído".
Artigo do nosso leitor João Pedro
Freire
Os bancos, através das suas imensas
bases de dados de risco (de crédito), passam também por ser uma
espécie de "termómetro" aceite para se aferir sobre a
"idoneidade" e a "respeitabilidade" de cada um.
Esta financiarização (atenção, não
sei se esta palavra existe! ) da vida de todos os dias de cada um, é,
em sim mesmo e nos efeitos que tem, uma espécie de novo
totalitarismo dos nossos dias.
Ninguém é obrigado a ter uma conta
num banco. Como ninguém mede a sua respeitabilidade e seriedade por
indicadores que somente medem o risco de crédito financeiro, como
são as bases de dados bancárias. Mas tudo parece passar por aí!
Parece que, para se ultrapassar estas
"obrigatoriedades" financeiras, até existe uma espécie de
"serviços bancários mínimos" ... mas estes "mínimos"
confirmam uma mesma tendência de financiarização da vida de todos
os dias.
A questão passa por saber: como se
pode viver sem uma conta bancária? como se garante a idoneidade de
cada um sem a necessidade de se recorrer a um conceito bancário?
será que a cidadania só o é com uma conta num banco e um "bom"
conceito financeiro?
João Pedro Freire, Aderente do Bloco
de Esquerda, texto publicado pelo jornal A Verdade, do Marco de
Canaveses.
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