Militares usaram
tanques para esmagar as barricadas dos Vermelhos. Muitos edifícios
foram incendiados. Por Tomi Mori, de Tóquio, para o
Esquerda.net.
O exercito tailandês,
numa brutal operação que se iniciou na quinta-feira passada, após
o atentado a tiro que vitimou Khattiya Sawasdipol, o "Comandante
Vermelho", tomou nesta quarta-feira o centro de Bangkok. Os tanques
do exército avançaram sobre as barricadas vermelhas, abrindo
caminho para que os soldados pudessem marchar sobre o acampamento dos
manifestantes, que se encontravam entrincheirados no local desde
Março.
Um massacre que custou nos
últimos dias a morte de mais de 40 pessoas, entre as quais a de um
fotografo de uma agência de noticias italiana, e centenas de
feridos.
Na impossibilidade de se
defenderem nessa batalha desigual, os líderes vermelhos foram
obrigados a render-se e chamar os manifestantes a voltarem para casa,
para evitar um banho de sangue maior ainda. Mas não impediu que a
revolta fosse aniquilada.
Após a invasão do
exercito, manifestantes atearam fogo a diversos prédios, o que fez
Bangkok arder em chamas, com cenas trágicas que demonstram a
profundidade da situação. Os manifestantes incendiaram a sede do
Channel 3 de Televisão, que acusavam de estar ao lado do governo.
Mais de cem pessoas ficaram presas no incêndio, forçando a
evacuação por helicóptero. Atearam fogo também ao prédio da
Bolsa de Valores, da Metropolitan Electricity Authority e do Central
World, um dos maiores centros comerciais da Ásia. No céu da cidade
uma densa coluna de fumo negro podia ser vista à distancia.
Noutras partes do país
também foram registados confrontos, sendo que em Udon Thani foi
incendiada a sede do governo. Também destruíram a câmara municipal
de Khon Kaen. O exército ocupou o centro da cidade, mas ainda
existem vários locais onde os manifestantes estão concentrados.
Foram impostas medidas
ditatoriais, como o toque de recolher entre as 20h e as 6h da manhã,
o que não se via desde 1992. O governo decidiu também que os canais
de televisão deveriam divulgar comunicados do governo, usando o
tempo de maneira a que a televisão não pudesse divulgar as cenas do
massacre ao centro da capital.
Teme-se que novos
confrontos aconteçam a qualquer momento. De qualquer prisma que se
observe, a Tailândia vive uma enorme crise. Uma crise produto da
falta democracia, que é, infelizmente, uma das coisas mais em falta
no país, e bandeira pela qual os vermelhos travam esta heróica e
histórica luta.
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